Saúde

Cada dia ouvimos dizer que se fechou mais um Hospital ou Centro de Saúde. As pessoas ficam aflitas e muitas vezes com razão. Mas na minha infância, nas aldeias não havia médico, nem acesso a eles. Havia um senhor, a quem chamavam “Barbeiro” (mas não era de fazer a barba) que vinha às casas mediante o pagamento de uma avença. Ou seja, as pessoas, doentes ou não, comprometiam-se a pagar um alqueire de milho por ano e quando precisavam chamavam-no. Ele receitava papas de linhaça se doia a barriga, sanapismos de mostarda se doia a garganta ou as costas, chás de malvas, hortelã, cidreira, cabeça de marcela, borragem, etc.

Eram tempos muito diferentes, mas ninguém morria à fome. Se uma pessoa ficasse doente de cama logo lhe punham à cabeceira um pacote de açúcar e um pão de trigo.

Hoje, quando uma pessoa tem febre mandam tirar a roupa. Nada de abafar! Mas nesse tempo abafavam a pessoa com roupa, pois tinha de transpirar para passar a febre.

Quando olho para trás dou graças a Deus. Como tudo evoluiu!…

Hoje as crianças são vacinadas contra tudo e mais alguma coisa. Eu fui vacinada contra a varíola, porque estava na escola, mas as minhas irmãs, que não foram à escola, todas tiveram bexigas. Dava pena vê-las inchadas com bolhas de pus. Ficaram com buraquinhos no rosto.

A minha mãe teve 10 filhos e os primeiros três morreram. A menina à nascença e os dois meninos, com 5 e 7 anos, ninguém soube porquê.

O meu pai morreu aos 36 anos com uma hérnia estrangulada. Se fosse hoje não teria morrido tão novo.

1 Responses to Saúde

  1. Estamos aqui te mandando um abraço !!!

    Creio que meus pais irão à Portugal em Junho próximo e devo ir a trabalho em Maio, porém ficarei apenas na Holanda!!

    Parabéns pelo blog, muito bonito e interessante.

    beijos,
    Edna, Antonio e Amauri

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